A oliveira floresce na primavera e o fruto começa depois a formar-se. Este vai amadurecendo, tendo a apanha lugar durante o outono e princípio do inverno, dependendo da variedade de azeitona e da região do país. A apanha da azeitona pode ser feita de diferentes formas: manual, por meios mecânicos de vibração da árvore ou, ainda, mecanizada por recurso a máquinas colhedoras.
As azeitonas colhidas são transportadas para o lagar para serem laboradas. O transporte deve ser feito o mais rapidamente possível, com vista a preservar a qualidade das azeitonas. Este transporte deve ser feito em caixas rígidas e abertas, de modo que as azeitonas não sofram fermentações indesejáveis, ou seja, não se deve usar sacos. Adicionalmente, é importante referir que as azeitonas apanhadas do solo não devem ser transportadas juntamente com as que são colhidas da árvore.
A moenda consiste na trituração da azeitona , até se formar uma pasta. Antigamente, eram utilizados moinhos de pedra (mós ou galgas), sendo que hoje em dia recorre-se a moinhos de martelos metálicos.
Seguidamente, a pasta é batida e aquecida numa termobatedeira, a uma temperatura máxima recomendada de 30ºC , de maneira facilitar a separação dos seus diferentes componentes.
O Azeite obtido é armazenado em depósitos até à sua comercialização. O material dos depósitos deve ser inerte.
Azeite obtido por refinação de azeite virgem, com uma acidez livre expressa em ácido oleico não superior a 0,3 g, por 100 g e, com as outras características conformes com as previstas para esta categoria.
Azeite obtido por loteamento de azeite refinado e de azeite virgem, com exclusão do azeite lampante, com uma acidez livre, expressa em ácido oleico, não superior a 1 g, por 100 g e, com as outras características conformes com as previstas para esta categoria.
DOP's | Variedades | Características dos Azeites |
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Azeite de Trás-os-Montes | Verdeal Madural Cobrançosa Cordovil 5% outras nacionais |
Azeite equilibrados, com cheiro e sabor a fruto fresco por vezes amendoado. Notável sensação verde, amargo e picante. |
Azeites da Beira Interior | Azeite da Beira Alta Galega Cornicabra Carrasquenha Outras Galega Bical Cordovil |
Azeite de cor amarela clara a levemente esverdeada. Sabor a fruto fresco. Suave. |
Azeite da Beira Baixa Galega Bical Cordovil |
Azeite de cor amarela clara a levemente esverdeada. Sabor a fruto fresco. Suave. | |
Azeites do Ribatejo | Galega Cobrançosa Outras |
Azeite ligeiramente espessos, frutados, com cor amarela ouro, por vezes ligeiramente esverdeados. Sabor marcadamente doce e suave. |
Azeites do Norte Alentejano | Galega Blanqueta Cobrançosa Azeiteira Carrasquenha Redondil |
Azeite de baixa a muito baixa acidez, ligeiramente espessos, frutados, com cor amarelo ouro por vezes esverdeada, aroma e sabor suave. |
Azeite do Alentejo Interior | Galega Cordovil de Serpa Cobrançosa Outras |
Azeite com cor amarela dourada ou esverdeada, aroma frutado suave de azeitona madura e/ou verde e outros frutos nomeadamente maçã, figo. Grande sensação de doce. |
Azeite de Moura | Verdeal Cordovil Galega |
Azeite de baixa a muito baixa acidez, cor amarela esverdeada com aroma e sabor frutado. Amargo e picante. |
• Todas as azeitonas são negras quando estão maduras;
• Para extrair 1 L de Azeite são necessários, em média, 5 a 6 Kg de azeitonas;
• O grau de acidez não está relacionado com o aroma e o sabor do Azeite. A acidez representa a % de ácidos gordos livres num azeite e os ácidos gordos não têm aroma nem sabor;
• O aroma de um azeite é dado por um conjunto de substância que existem nas azeitonas em pequenas quantidades (compostos menores). Estes variam com a variedade de azeitona e o seu grau de maturação;
• A cor do Azeite não está diretamente relacionada com a sua qualidade. Um Azeite verde provém de azeitonas ainda verdes, logo tem um sabor mais intenso. Um Azeite dourado provém de azeitonas maduras e, como tal, tem um sabor mais suave;
• O Azeite, ao contrário do vinho, não melhora com o tempo. Quando bem-acondicionado, pode conservar-se, sem alteração das suas características, durante 18 a 24 meses a partir da extração,
• O rendimento do Azeite é maior do que o de outras gorduras vegetais, tanto em frio como em quente;
• O Azeite deve guardar-se em recipientes de vidro escuro, ou em recipientes de folha de flandres ou de aço inox. Deve manter-se em local fresco, sem luz e longe de produtos com cheiros intensos para evitar que os absorva;
• Quando sujeito a temperaturas muito baixas o Azeite pode solidificar. Contudo, ele retomará o seu aspeto inicial quando voltar à temperatura ambiente, não perdendo nenhuma das suas características;
• Absorvência no Ultravioleta (K270, K232, ∆K): Utiliza-se para detetar componentes anormais de um azeite.
• Acidez: Percentagem de ácido oleico livre existente no azeite. Não está relacionada com o sabor.
• Análise Organoléptica: Análise efetuada para caracterizar o aroma e sabor de um azeite. É obrigatória por lei.
• Água russa: Água de vegetação das azeitonas, isto é, água existente no interior das azeitonas. É bastante poluente.
• Azeite: Gordura líquida de cor verde amarelada que se obtém mediante extração física das azeitonas.
• Azeite de Agricultura Biológica: Azeites provenientes de olivais conduzidos de acordo com o modo de produção biológico, tal como previsto pela Regulamentação Europeia. Este modo de produção obriga a diversos condicionalismos importantes que visam a proteção do meio ambiente.
• Azeitona: Fruto da oliveira (Olea europea, L.), drupa de forma ovóide.
• Bagaço de azeitona: Subproduto obtido da extração de azeite. Compreende a água de constituição da azeitona, a água de adição e lavagem e uma percentagem variável de produto sólido (epiderme, polpa e caroço de azeitona). A quantidade de água presente neste subproduto depende do método de extração do azeite adotado.
• Borras: Impurezas existentes nos azeites e que ao fim de algum tempo acabam por se sedimentar no fundo dos recipientes onde este está armazenado.
• Capacho: Objeto do lagar de azeite, em forma de disco plano e delgado, feito de fibras vegetais ou sintéticas, sobre o qual é distribuída a massa da azeitona, a fim de ser espremida na prensa.
• Cor: A cor do azeite varia entre o amarelo e o verde. Esta não está relacionada com a qualidade do azeite. Azeites obtidos de azeitonas mais maduras são mais amarelos, enquanto que azeites obtidos a partir de azeitonas mais verdes são mais verdes.
• DOP: Denominação de Origem Protegida. Certificação europeia que garante que o azeite tem origem numa área geográfica delimitada, com solos e clima característicos e são exclusivamente elaborados com azeitonas de certas variedades de oliveiras.
• Extração a Frio: Azeite extraído a uma temperatura inferior a 27º.
• Infernos ou ladrões: Nome que se atribui aos depósitos onde se armazenam as águas russas.
• Índice de Peróxidos: Parâmetro utilizado para verificar a oxidação inicial do azeite e a sua deterioração.
• Lagar: local onde se efetua o processamento da azeitona para se extrair o azeite.
• Lote: Conjunto de unidades de venda de um género alimentício produzido, fabricado ou acondicionado em circunstâncias praticamente idênticas. Esta indicação permite saber detalhes sobre a produção e o enchimento do produto, tais como a data de fabrico e a origem das matérias-primas utilizadas.
• Maquia: Quantidades de azeite que o lagareiro retém para si como contrapartida dos serviços que prestou aos olivicultores.
• Monovarietal: Azeite obtido a partir de uma só variedade de azeitona.
• Óleo de bagaço de azeitona: Óleo extraído a partir do bagaço de azeitona através de processos químicos.
• Oliveira: A oliveira é conhecida cientificamente como Olea europaea L., família Oleaceae. São árvores baixas de tronco retorcido nativas da parte oriental do Mar Mediterrâneo.
• Painel de provadores: Grupo de provadores especialmente treinados para proceder à caracterização organoléptica do azeite e à sua pontuação.
• Primeira pressão a frio: Menção usada pelos azeites obtidos por prensagem a uma temperatura inferior a 27º.
• Teor em Ceras: Parâmetro analisado para verificar a genuinidade de um azeite.
• Variedade: Diferentes tipos de oliveiras que, apesar de pertencerem à mesma espécie, apresentam algumas diferenças significativas.